Higiene  

 Cuidados com a saúde bucal da criança 

 

      Certamente uma imagem que vem a cabeça quando falamos em higiene bucal da criança é aquele menino ou menina na ponta dos pés ou em cima da cadeira, debruçado na pia para escovar os dentes. Mas os cuidados com a higiene bucal iniciam-se bem antes e envolve algumas escolhas onde o pediatra e o dentista deve participar.

      A prevenção inicia-se ao nascimento, ainda sem dentes onde após a mamada deve-se enrolar uma gaze ou fralda no dedo, úmida em agua fervida ou filtrada, e fazer a higiene de toda a boca. Após o aparecimento dos primeiros dentinhos, por volta dos 6 meses, a higienização bucal deve ser feita com gaze, tecido macio umedecido ou dedeiras de borracha ou silicone 2 vezes ao dia. A partir de 14 meses, com a erupção do primeiro molar de leite a escova deve ser introduzida e a higiene realizada após as refeições e antes de dormir com a escova molhada em água estéril ou com uma pequena quantidade de pasta de dente sem flúor, já que a criança ainda não sabe cuspir.

      Como a água de muitas cidades possui tratamento com a adição de flúor deve-se ter um cuidado na escolha do creme dental para que não ocorra um excesso e consequentemente fluorose, onde ocorrem manchas nos dentes e em casos severos porosidades e amarelamento. Sendo assim toda higiene bucal das crianças deve ser supervisionada pelos pais. A escovação dos dentes sempre após as refeições, escovando o dorso da língua e com pasta sem flúor até que elas tenham domínio do ato de bochechar e cuspir toda a pasta. Isso normalmente ocorre entre os 5 ou 6 anos de idade e a partir disso pode utilizar a pasta da família.

      O uso do fio dental deve-se iniciar quando os dentes começam e se fixar um junto ao outro, por volta dos 24 meses, inicialmente 1 vez ao dia.

Em casos onde não há o tratamento da água, em crianças com alto índice de carie ou em caso de dificuldade em encontrar a pasta sem flúor pode utilizar pasta infantil com concentração de 500ppm (informação que está no tubo da pasta), sempre com orientação do dentista ou do pediatra, na quantidade de um grão de arroz, 3 vezes ao dia.

      A prevenção dos problemas de saúde bucal das crianças inicia-se no nascimento e passam pela orientação e participação dos pais que irão supervisionar e incentivar as crianças; e dos pediatras e dentistas que irão adequar cada caso a sua necessidade.

 

Dentes de leite merecem todo o cuidado !! 

      Existe e é comum a concepção que os dentes de leite, por serem temporários, não precisam de cuidados e tratamento. Eles são realmente temporários, porém nem por isso devem ser descuidados.

      Os dentes de leite são 20 ao todo. Primeiramente os dentes anteriores começam a nascer dos 6 aos 12 meses e entre os 18 aos 36 meses nascem os posteriores e os caninos. São dentes importantes porque permite a estética, a correta mastigação, deglutição e ajudam na fala também. Além disso, funcionam como guia para a erupção dos permanentes, mantendo a posição e o espaço adequado e a perda prematura pode ocasionar sérios problemas ortodônticos.

      São dentes que possuem a mesma estrutura dos dentes permanentes, ou seja, possuem esmalte, dentina, raiz e canal. Como na troca pelos permanentes há a reabsorção da raiz, muitos pais acham o dente não dói e conseqüentemente não há necessidade de tratamento.

      É justamente o oposto, os dentes de leite são suscetíveis a cárie, essa sendo profunda, ocasiona dor e pode ser até necessário o tratamento de canal, para assim preservar o dente e suas funções.

      Um problema muito comum é a cárie de mamadeira. Ela ocorre quando há um excesso de açúcar na alimentação ou mesmo quando a criança dorme logo após mamar, sem fazer a higiene bucal.

      Para prevenir a criança nunca deve dormir sem fazer a higiene oral. É difícil, mas necessário, já que durante o sono o fluxo salivar diminui e conseqüentemente aumenta o risco do desenvolvimento da cárie.

       As crianças também precisam de flúor para um desenvolvimento dental saudável e muitas cidades já adicionam flúor na água

Se a criança necessitar de uma complementação, o pediatra ou o dentista podem orientar a melhor forma de introduzi-lo.